sexta-feira, outubro 19, 2012

Em tua janela, a beleza do bonsai morto lembra que a vida precisa ser sentida em cada ramo seco;
em cima da cama, teus olhos  tocam a imensidão azul onde mergulhas,
 e eu te perco na infinita possibilidade de cores desse cubo mágico a girar em teus dedos.
Te olhar já não me basta, passo pela porta e vejo as fases da lua, do sistema solar, vou-me.

Beyond time, a poesia da tua natureza expele que és plenamente livre, diferentemente de mim.
Talvez por isso eu tenha te tocado nunca fora de meus sonhos.
Fui andando pelas ruas segurando com as duas mãos o kusudama que me entregaste,
 sentimento assim delicado, como se entre elas houvesse não papel,
mas sim um pássaro esperando ser solto para juntar-se a ti.

Nessa incompletude, vou descobrindo meus outros eus que eram parte tua,
que aos poucos se desmenbraram, tal qual  rosa arrancada da planta.
Brotei em outro solo, folha e flor crescendo juntas, transformei-me cerejeira.
Coloco a mão no meio dos olhos, desviando o canal da mensagem,
vejo então duas telas, dois céus e só um eu fincando raízes na mais doce solidão.

sábado, outubro 06, 2012


"Objeta-se ainda que com a abolição da propriedade privada toda a atividade cessaria e uma preguiça geral seria difundida.
Se assim fosse, a sociedade burguesa teria há muito tempo perecido de indolência, pois nela os que trabalham não ganham e os que ganham não trabalham."

Manifesto do partido comunista- Friedrich Engels e Karl Marx.
"A idéia de que os membros da nossa própria espécie merecem uma consideração moral especial em comparação com os membros das demais espécies é antiga e profundamente arraigada. Matar pessoas fora de uma guerra é algo que se considera o pior dos crimes vulgarmente cometidos. A única coisa proibida com mais força pela nossa cultura é comer pessoas (mesmo que já estejam mortas). E, no entanto, gostamos de comer membros das outras espécies. Muitos de nós recuamos constrangidos diante da execução de um ser humano, não obstante se trate do mais terrível criminoso, ao passo que defendemos despreocupados a exterminação sem julgamento de pragas relativamente pouco nocivas. A bem da verdade, matamos membros de outras espécies inofensivas como forma de recreação e divertimento. Um feto da nossa espécie, desprovido de mais sentimentos humanos do que uma ameba, goza de um respeito e de uma proteção legais que excedem em ampla medida aqueles concedidos a um chimpanzé adulto. E, contudo, o chimpanzé sente e pensa e - de acordo com os achados experimentais recentes - é até mesmo capaz de aprender alguma forma de linguagem humana. O feto pertence à nossa espécie e, por essa razão, conta instantaneamente com privilégios e direitos especiais. Será que a ética do "especiecismo", para usar o termo de Richard Ryder, se sustenta em bases lógicas mais sólidas do que a ética do racismo? Eu não sei. O que sei é que ela não encontra nenhuma fundamentação na biologia evolutiva."

O gene egoísta- Richard Dawkins
" destino é aquilo que sai de você e enfrenta o mundo"

Alice -curta metragem.
"Não se revoltarão enquanto não se tornarem conscientes, e não se tornarão conscientes enquanto não se rebelarem."

1984.